Cosméticos Veganos ? Uma certeza

Cosméticos Veganos ? Uma certeza

Dados de mercado divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos – ABIHPEC, mostraram que o setor fechou 2020 com crescimento de 5,8% em comparação ao ano anterior. Já no primeiro semestre de 2021 alguns dados preocupam com aumento de preços, inflação e retrações, porém o tamanho deste mercado ainda impressiona e o Brasil está entre os cinco maiores com vendas em torno de US$ 30 bi e alguns nichos vêm sendo percebidos pelos consumidores de forma diferente e positiva, como por exemplo, os cosméticos veganos. 

Produtos de higiene pessoal tiveram seus consumos aumentados em muitas vezes, como por exemplo, os considerados fundamentais para a prevenção à contaminação pelo novo coronavírus como álcool em gel que apresentou crescimento de 808%, seguido pelo de lenço de papel (77%); toalha de papel multiuso (33,2%); sabonete líquido (22,3%); sabonete em barra (9,5%); e papel higiênico (12,7%). Produtos destinados aos cuidados dos cabelos como shampoos, condicionadores e produtos para tratamento capilar também tiveram seus consumos aumentados em 7,9%, 18,6% e 12,6%, respectivamente. Ainda, devido à necessidade de lavagens mais frequentes de mãos, o consumo de cremes hidratantes para elas, cresceu 169,1% no mesmo período, dados divulgados também pela Associação Brasileira de Embalagem, tomando como fonte Cosmetic Innovation, 27/11/2020.  Outro segmento que surpreendeu foi a perfumaria, fechando 2020 com crescimento de 8,4%.

A performance da indústria nacional permaneceu estável no primeiro trimestre de 2021 em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior e o consumo produtos de higiene pessoal seguem com alta de 6%, com destaque à perfumaria que apresenta crescimento de 11%. Mesmo em confinamento e longe do convívio social, o brasileiro não esqueceu seu lado vaidoso e para isso, contou com a ajuda da tecnologia e das compras digitais. 

O setor também vem se dividindo em nichos específicos como os produtos cosméticos veganos, orgânicos e naturais. A percepção do consumidor a estes produtos mudou positivamente. Divulgado pela Sociedade Brasileira de Vegetarianismo no Brasil, 14% da população se declara vegetariana e este dado sobe para 16% nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro, o que significa um aumento de 75% em relação a 2012 que era de 8%, mostrado pela pesquisa do IBOPE Inteligência conduzida em abril/2018. Atualmente, isto significa 30 milhões de pessoas no país que se declaram vegetarianos, sendo 7 milhões, veganos. Apesar de no Brasil não existirem pesquisas específicas, este número pôde ser estimado tomando-se como referência os Estados Unidos, onde cerca de 50% dos vegetarianos (16 milhões de pessoas) se declaram veganos (Instituo Harris Interactive); No Reino Unido, cerca de 33% dos vegetarianos (1,68 milhões de pessoas) se declaram veganos (Ipsos MORI Institute). Este crescimento é uma tendência no setor de serviços e produtos destinados a este público. O mercado brasileiro acompanha as tendências mundiais: no Reino Unido o aumento foi de 360% no número de veganos entre os anos de 2005 e 2015. Já nos Estados Unidos, o número de pessoas veganas foi multiplicado por 2 entre 2009 e 2015. Na Europa, 14% de todos os novos produtos lançados em 2015 foram vegetarianos ou veganos, o que significa um crescimento de 150%. No Brasil este número está na ordem de 40%. Na sua maioria, os lançamentos são de produtos alimentares, porém há expansão do mercado cosmético e a busca por certificações também indica isto. 

Antes de seguirmos em frente é fundamental esclarecermos as diferenças entre cosméticos veganos, naturais e orgânicos. Os cosméticos veganos excluem de suas formulações, ingredientes de origem animal, como mel, colágenos e lanolina e são cruelty free. Os cosméticos naturais possuem ingredientes naturais como o próprio nome sugere e não impactam negativamente o meio ambiente. Já os cosméticos orgânicos também contêm componentes naturais que são produzidos sem qualquer agrotóxico ou compostos sintéticos, cruelty free, porém nem todos são veganos. Lembrando que os testes em animais são proibidos no Estado de São Paulo desde a aprovação da  Lei Estadual 15.316/2014, que tornou São Paulo o primeiro Estado a proibir tais práticas no setor, o que é louvável. 

Uma pesquisa de mercado divulgada pelo Technavio prevê um crescimento no consumo de cosméticos veganos entre 2020-24 de 3.32 bilhões de dólares o que claramente, se mostra como uma grande oportunidade. Neste caso, algumas empresas já se destacam como a Coty Ind., Debenhams Plc, Lush Retail Ltd., Natura & Co e Shiseido Co. Ltd. Portanto, este mercado se mostra promissor e vem ganhando cada vez mais espaço, aumentando o desafio para a indústria de insumos e fabricação de cosméticos no atendimento deste público. 

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