Nos meus quase 40 anos de vivência e experiência em pesquisa e desenvolvimento de embalagem desde o meu início na Johnson&Johnson em 1982 ficando lá por 26 anos, sendo sócio da agência Prodesign por 9 anos e de 5 anos para cá como diretor da minha empresa de consultoria Pack in Motion eu sempre ouvi os gerentes e diretores, os clientes e os profissionais dos diversos setores das empresas falarem em redução de custos em embalagens, porém na maioria dos casos com grande ênfase na redução das gramaturas dos materiais, pesos das embalagens, redução das dimensões, etc, mas com grande foco na redução de preço dos itens buscando sempre redução no custo final do produto, e de alguns anos para cá também com foco em sustentabilidade, ou seja, considerando essas reduções como forma de ajudar na conservação do meio ambiente, consumindo uma menor quantidade do material usado para a confecção de cada tipo de embalagem, seja ela cartão, papelão, plásticos em geral, madeira, etc.
No entanto, quando falamos de redução de custos em embalagens, podemos considerar buscar reduções de várias outras formas além das que citei acima, algumas até mais significativas financeiramente, como por exemplo, padronização de embalagens que ocasionam ganhos no processo produtivo ou de embalamento, com automatização da linha de produção e/ou somente aumento de velocidade da linha por se desenvolver uma embalagem mais adequada e que atenda melhor as exigências e limitações da máquina, diminuindo as eventuais paradas de máquina, diminuindo ou eliminando as perdas no processo e diminuindo as trocas de ferramental, aumentando assim o rendimento da máquina e consequentemente reduzindo o custo de produção por embalagem.
Além dos ganhos em processo, o correto desenvolvimento de uma embalagem pode contribuir para se evitar os eventuais retrabalhos e descarte das embalagens rejeitadas durante a produção por alguma não conformidade e que contribui para o aumento do custo do produto, não permitindo as vezes que a empresa consiga um preço competitivo para o produto no ponto de venda.
Falamos de reduções de custos proveniente dos materiais de embalagem e dos processos produtivos ou de embalamento, porém como o título desse artigo sugere, temos mais uma oportunidade para a redução dos custos, que é o otimização logística como um todo. O que vem a ser isso? No meu entender, e que são os projetos que mais tenho feito nos últimos 10 anos, se tratando de produtos já existentes, esse processo seria focar a redução de custos primeiramente na padronização e otimização da embalagem primária, seguido do melhor dimensionamento possível para a caixa de embarque, de forma que ela seja sempre retangular e com proporções de comprimento, largura e altura que propiciem o maior aproveitamento possível da área do pallet considerando também a altura dos racks dos depósitos e a altura dos caminhões, pois desta forma poderemos ter uma ocupação o mais perto possível de 100% no volume de utilização tanto do pallet quanto da área de armazenagem quanto do caminhão, o que normalmente traz uma redução de custos muito maior e significativa do que as citadas inicialmente.
Esse é um processo que tem trazido para as empresas valores expressivos de redução de custos, que passaram a dar foco na armazenarem e no transporte como oportunidades de redução em embalagens, não só nos materiais, dimensionais e processos produtivos, mas também no processo logístico.
Paulo Pereira - Diretor da Pack in Motion Consulting
www.packinmotion.com.br
20/Set/2021