Produtos de coloração: sublime referência

Com novas e inovadoras tecnologias apresentadas cada vez mais em espaços de tempos mais curtos, o mercado de produtos profissionais continuam puxando a fila da evolução na categoria de Coloração

 
Quando o assunto é produto capilar, não há discussão: os itens profissionais – utilizados nos salões de cabeleireiros – seguem sendo referência nessa grande categoria, que conta com diversos sub-segmentos e que faturou quase R$ 6,7 bilhões em 2011, segundo dados da ABIHPEC. Deste valor, das vendas líquidas ex-factory, os produtos de colorir/descolorir são responsáveis por pouco mais de 22% (R$ 1,5 bi). Especificamente nessa categoria, as marcas de tintura vendidas no varejo e que podem ser aplicadas em casa conseguiram conquistar seu devido espaço, e seguem crescendo. Porém, quando falamos de inovação na categoria, são os produtos profissionais que continuam ditando o tom, literalmente.

Isso, definitivamente, não é novidade. Contudo, o que é digno de nota é que novos produtos profissionais estão surgindo a intervalos cada vez mais curtos nos salões de beleza. E a boa notícia para as mulheres e para todos aqueles que atuam no universo das cores é que as inovações internacionais também estão demorando menos tempo para dar as caras por aqui. Esse fato, como bem analisa Juha Antero, colorista finlandês que trabalha no MG Hair Design, salão do badalado hairstylist Marco Antônio di Biaggi se dá principalmente por conta da globalização. “Esse é um mercado que tem que inovar muito rápido. No  mundo globalizado em que vivemos, não dá mais para esperar tanto para que os produtos sejam lançados no Brasil. Se algo novo surge lá fora, logo tem que vir para cá, pois todo mundo tem como saber que eles foram lançados no mercado internacional por conta da internet, das redes sociais e dos meios de comunicação como a TV”, pontua o profissional.

Espelho para a categoria
Como boas observadoras, as marcas de coloração que estão no varejo procuram acompanhar de perto tudo o que é novidade na categoria, e que é apresentado na seara profissional. E, de alguma forma, tentam reproduzir as tecnologias aplicadas no desenvolvimento desses produtos, a fim de que o grande público também possa usufruí-las. Além disso, as consumidoras querem ter a oportunidade de ter uma coloração com qualidade profissional para poder aplicar em casa. E, é claro, aquelas que vão aos salões querem continuar o tratamento iniciado por lá, e buscam as marcas de varejo para isso. A companhia fluminense Niely – que atua no varejo e na categoria de coloração com a marca Cor & Ton e Attitude Color – tem perfeita noção desse cenário. E, por conta disso, utiliza os salões de beleza também como fonte de pesquisa para futuros lançamentos e também para as movimentações do dia a dia de suas marcas.

A empresa terceirista Coferly também atua na categoria Coloração e segundo Alexandre Ferraz, gerente Comercial, muitas marcas de varejo não perdem em nada para marcas profissionais em termos de qualidade.”Em ambos os canais encontramos ótimos e péssimos produtos. O que muda muito de um canal para o outro são as características do produto, o que muitas pessoas associam a falta de qualidade”, defende. E para ficar antenada nas inovações apresentadas na categoria, a Coferly investe muito em pesquisa e desenvolvimento. “Creio que as novidades podem ir de um laboratório para o mercado, ou vice-versa. Ou criamos uma necessidade ou atendemos a uma. É ótimo ser o primeiro a lançar um produto inovador, porém também temos que estar preparados para copiar, e não temos vergonha disso, testamos todos os lançamentos de mercado e fazemos comparativos, e procurando agregar aos nossos produtos tudo o que valer a pena”, descreve.
Para Juha Antero, três companhias profissionais ditam as tendências na categoria de Coloração no mundo: L’Oréal, P&G e Schwarzkopf. Para ele, esta última empresa ainda tem outra vantagem por poder contar com as matérias-primas da Henkel, que é dona da marca. “As duas primeiras também comercializam marcas no varejo e investem muito em Pesquisa e em Tecnologia. Depois, às vezes, de maneira diluída e poucas vezes idêntica, as tecnologias apresentadas por marcas profissionais chegam ao canal, no qual os produtos precisam ser fáceis de aplicar. Já para o salão, há cores que estão lá que não podem ir para o varejo. As marcas de varejo de empresas como P&G e L’Oréal têm certa vantagem por poderem contar com a expertise e terem acesso às matérias-primas que são utilizadas nas marcas profissionais”, considera o colorita do MG Hair Design.

Consumidoras atentas e exigentes
Além de antenadas com as novidades internacionais, as consumidoras da categoria de coloração – assim como em qualquer outra quando falamos de consumo – estão cada vez mais exigentes. Seja aquela que vai ao salão ou a que colore suas madeixas em casa, ambas querem cores novas, que estão na moda naquele momento. E, sobretudo, não abrem mão em nenhum instante da qualidade. A indústria que atua com coloração garante estar de olhos bem abertos para suprir tal nível de exigência: “Creio que essas companhias estão atentas a isso, sim. Trabalhar de acordo com as normas internacionais e nacionais de controle e qualidade deve ser o pilar das indústrias para atender as demandas por qualidade e segurança desejadas pelas consumidoras”, contextualiza Geni Torrente, gerente de Vendas de Pigmentos Funcionais e Cosméticos da Merck.

Para garantir que a palavra e o conceito qualidade não falte no “vocabulário” do portfólio de suas colorações, a Niely, por exemplo, procura se inteirar e basear-se nas opiniões das próprias consumidoras. “ Estamos sempre buscando ouvir a consumidora por meio do nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor, a nossa equipe de demonstradoras em todo o Brasil e, ainda, os donos de lojas, nossos clientes. A partir das informações recebidas, focamos no aprimoramento das fórmulas em nosso centro de Pesquisa & Desenvolvimento. E sempre tendo atenção, naturalmente, com o custo que isso tudo vai chegar na gôndola para a nossa consumidora. Por isso, a questão qualidade versus preço justo é avaliada durante todo o processo de lançamento de um produto”, explica Delane D´Azevedo, gerente de Produto da Niely.

O colorista Juha Antero concorda que todas as marcas estão alertas no que diz respeito ao atributo da qualidade, e contextualiza: “Na verdade, se as marcas não estiverem atentas a isso, outras vêm e fazem na frente. As marcas de varejo têm o costume de utilizar celebridades para chamar a atenção. Já no mercado profissional a consumidora é mais exigente para a coloração”, registra.

Amanda Mussi, gerente de Marketing de Wella Professionals, ressalta que as tecnologias existentes não só atendem essa exigência por qualidade  por parte das consumidoras, como também oferecem inúmeras opções a elas. “Hoje, a consumidora chega ao salão e o profissional consegue oferecer-lhe algo que ele não conseguia antes. E, ainda, consegue direcionar qual o melhor tom a ser utilizado, de acordo com seu diagnóstico”, adiciona.

Inovações emblemáticas
Dois lançamentos relativamente recentes no mercado profissional vêm sendo indicados como os principais responsáveis por ditar as tendências para a categoria nestes últimos tempos. O primeiro, apresentado no mundo pela L’Oréal, em 2009, e trazido para o Brasil em 2010, é Inoa, uma coloração que conta com a tecnologia ODS (Oil Delivery System = Sistema de Difusão de Óleo), capaz de utilizar o óleo para aumentar a ação colorante. É uma fórmula sem cheiro e sem amônia, que proporciona coloração permanente com uma concentração mínima de agente alcalino (MEA). Isso ainda permite que as camadas da fibra se abram menos do que sob o efeito de uma coloração permanente clássica, oferecendo um cuidado extra ao cabelo e máximo conforto ao couro cabeludo.

A outra grande novidade para a categoria foi lançada no fim de janeiro deste ano pela Wella Professionals, da P&G. Illumina Color é uma coloração que traz uma linha de 20 nuances intensas, que proporcionam aos cabelos aparência natural e uma nova dimensão de luminosidade. O produto conta com a tecnologia Microlight, que apresenta milhões de micropartículas criadas para envolver essas impurezas deixadas nos cabelos, diminuindo os danos na cutícula e mantendo a superfície mais saudável e transparente no momento da coloração. “Illumina mantém a maneira com que o cabeleireiro aplica a coloração, por meio dessa tecnologia muito avançada. Para o cabeleireiro, isso facilita muito. Além disso ele pode utilizar com outros oxidantes, que permite diferentes resultados de clareamento. Sem dúvida é um produto emblemático para o salão de beleza”, reforça Amanda Mussi, gerente de Marketing de Wella Professionals. Por sua vez, Geni Torrente, da Merck, cita ainda como novidade colorações com pigmentos de efeito da companhia, cujo a novidade estará em breve nos pontos de venda e salões.

E mais tecnologias
Além de adicionar a coloração profissional Igora, da linha Royal, da Schwarzkopf à constelação de marcas que apresentaram inovações recentemente, Juha Antero, do MG Hair Design, também destaca que para as inovações do mercado profissional estarem nas farmácias é só uma questão de tempo. “Creio que, muito em breve, teremos uma tintura permanente sem amônia, como Inoa, à venda nas farmácias. E quando isso acontecer, sem dúvida alguma, virá das marcas destas duas grandes multinacionais, como a L’Oréal e a P&G, que atuam no mercado profissional, mas que contam com marcas no varejo”, enfatiza.

“A linha Colorona – de pigmentos que conferem efeito com cobertura para produtos que já têm coloração – mostrou um excelente desempenho de visual trazendo luxo e requinte para os consumidores durante seu ‘momento beleza’”, informa Geni Torrente, da Merck. Wilma Apolinário, responsável pelo Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da Niely acrescenta que a tecnologia das nanopartículas está cada vez mais forte para suprir as necessidades dos cabelos. “Temos em nossa linha de coloração, um tipo de nanopartícula que se adere à superfície dos cabelos, promovendo selamento das cutículas e reposição da massa proteica. Com isso ganhamos um brilho molecular por efeito de dispersão das partículas além da nanorregeneração dos fios danificados.”

Momento interessante
Para os profissionais que atuam neste mercado, a categoria de Coloração vive um momento especial, sobretudo sustentado pelas tecnologias existentes e pelo interesse das consumidoras por produtos com mais qualidade. “Este é um mercado que está muito aquecido no País. No mundo, as marcas procuram melhorar suas tecnologias e trazer mais coisas inovadoras. É um momento muito interessante. A cada ano parece que surgem novas tecnologias e isso faz com que eu sinta cada vez mais prazer em trabalhar. Além disso, cada vez mais há produtos mais orgânicos no mercado. Há ainda aqueles mais preocupados com a saúde do couro cabeludo”, observa Juha Antero.

O colorista da MG Hair enfatiza ainda que os produtos de coloração precisam ter mais credibilidade do que shampoos ou finalizadores, por exemplo. Ele ainda compara as tinturas profissionais e as de varejo, mas destaca que há espaço para todas. “No salão, ainda ganhamos por podermos aplicar cores com mais tecnologias, por termos mais técnicas de aplicação e ainda por poder indicar os tons ideais para cada tipo de cabelo. Entre as marcas de varejo, há um anseio por trazer novas tecnologias pelo fato de serem os principais responsáveis pelo faturamento da categoria. Já para as marcas novas, é sem dúvida um trabalho árduo. As marcas profissionais possuem a linguagem diferente do varejo. E para aquelas que atuam neste canal de vendas, se tiveram sua distribuição bem estruturada, podem sim, conquistar a confiança da consumidora”, complementa Juha.

Entretanto, na visão de Alexandre Ferraz, da Coferly, o momento da categoria é de grande indefinição e de dificuldades para as empresas fazerem previsões. “Nesses dois últimos anos o mercado se comportou cheio de altos e baixos. Porém, o mercado de coloração brasileiro vem crescendo muito, já somos o segundo do mundo, e temos muito o que crescer. Cosméticos brasileiros estão em alta, cada vez mais empresas estão exportando coloração e por outro lado, cada vez mais multinacionais estão entrando no Brasil”, expõe o gerente.

A gerente de Produto da Niely reforça que as marcas profissionais sempre são fontes de inspiração para futuros lançamentos do varejo, e não apenas para sua companhia. “No mercado internacional, a movimentação está acontecendo com as colorações na apresentação mousse. Aqui no Brasil a consumidora brasileira ainda tem a preferência pela apresentação em creme. Segundo dados da ABIHPEC, as brasileiras são as que mais tingem os fios: o índice de penetração de tinturas entre o público feminino chega a 98%, um recorde mundial. Mesmo diante deste cenário ainda há muito espaço para lançamentos e tecnologias a favor dos cabelos das brasileiras”, finaliza Delane D’Azevedo.
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