A investigação que a Comissão Europeia lançou sobre as quatro grandes casas de fragrâncias globais, em março deste ano, por supostas práticas comerciais ilegais, já está gerando uma conta considerável no balanço das companhias. Nos números do segundo trimestre deste ano, a casa norte-americana IFF atribuiu 14 milhões de dólares de impacto negativo nos ganhos antes dos impostos devido a custos regulatórios relacionados, basicamente, com despesas legais das investigações em andamento na sua unidade de fragrâncias. Desse montante, a empresa provisionou 3 milhões no balanço. Já na alemã Symrise, os efeitos negativos não-recorrentes na unidade de Scent & Care somaram 29 milhões de euros no trimestre e estão relacionadas ao fechamento de uma unidade em Colonel Island, com a reorganização para a nova orientação estratégica do segmento e com os custos associados aos processos antitruste. Em seu relatório semestral, a casa alemã disse acreditar que a análise dos documentos identificados e preservados pela comissão europeia nas buscas realizadas por agentes da comissão na empresa em março de 2023, não contêm provas inequívocas de que a Symrise participou de atividades antitruste. “Em maio de 2023, a Symrise interpôs recurso perante o Tribunal Geral da União Europeia a respeito da busca realizada pela Comissão Europeia. De vários pontos de vista jurídicos, a Symrise considera a busca ilegal. Além disso, a Comissão Europeia não forneceu uma explicação adequada sobre as informações que supostamente possuía sugerindo que a Symrise poderia estar envolvida em procedimentos que violem a lei antitruste”, diz o relatório da empresa. A Firmenich, que em abril abriu o capital na Bolsa de Valores de Amsterdã já como DSM-Firmenich, só deve ter o seu primeiro balanço trimestral tornado público em 31 de outubro. Na documentação financeira disponível no site da também suíça Givaudan, não foi possível achar menção a custos relacionados com a investigação.